quinta-feira, 17 de junho de 2010

Não há lugar melhor que a nossa casa

Por M.Ms.

A frase não é minha. É da personagem Dorothy, de O Mágico de Oz. A menina que, na história, deseja sair de casa, descobrir o que há além do arco íris, aprende a lição de que a sua casa é o melhor lugar para se estar. Eu não tentei fugir de casa, saí a trabalho, mas tive a mesma conclusão que Dorothy quando cheguei ao hotel em que iria hospedar.

O trabalho foi em Conselheiro Lafaiete, a menos de cem quilômetros da capital mineira. A cidade tem uma parte histórica muito rica e um comércio bastante evoluído, mas pecou em um dos pontos de hospedagem que, por azar, caiu para nós. Não tenho autoridade para falar da rede hoteleira do município, mas posso descrever como foi a experiência neste hotel em específico. Também não vou citar o nome por questões de ética.

Ao chegar na recepção já pude deduzir o que vinha pela frente. Atrás do balcão, fios embolados para compor as instalações da mesa. O pano de fundo: parede mofada. Tentei acreditar que era só aquele o problema. Afinal, a recepcionista usava um computador de tela LCD. Esqueci que hoje isso é comum. Ainda na entrada, estavam alguns sofás e colchões jogados próximos a parede de fundo para serem substituídos. O elevador nos levou ao restante das conclusões. A porta do meu quarto não abria. Pedi para trocar. O quarto do lado só abria com uma ferramenta estranha, parecida com uma faca. O quarto do Mazzei não tinha luz e ele é que teve que trocar. A televisão estava fora do ar ou então todos os canais resolveram passar a conhecida cena do filme O Chamado no mesmo horário.

Quando entrei no meu “novo” quarto, mais decepções. As partes de baixo das paredes estavam com infiltração. Ao fundo do apartamento havia um buraco (SIM, UM BURACO!) na parede que dividia o quarto do banheiro. Ali, fora consertado algum problema recente de encanamento e a abertura ainda estava lá. Acho que na hora comentei algo do tipo: pelo menos a porta abriu, né? Tentei quebrar o gelo comigo mesmo. A minha TV também não pegava. O box do chuveiro estava esburacado. Deduzi, para buscar um conforto espiritual, que um deles tivesse sido feito para que o hóspede, debaixo do chuveiro, pudesse atravessar a mão pelo buraco para apagar as luzes e tomar banho no escuro. Não há sentido algum nisso, mas sempre gosto de ver as coisas pelo lado positivo.


No fundo das minhas frustrações passei a tentar entender o porque de um hotel chegar a este ponto e ninguém fazer nada. A única possibilidade que vi para tamanho estrago era a de que a cidade fora vitima de uma enchente e os quartos do hotel ficaram submersos. Mas, talvez ainda não tenha mencionado que estávamos no sétimo andar.

O hotel pecou no serviço. Pecou na sua função principal de hospedar, com o mínimo de conforto, quem necessita de um quarto. As três estrelas da portaria estão desatualizadas. Mas, no fim das contas, tive uma boa noite de sono, obrigado.

2 comentários:

Renata Vargas disse...

Jesus!!!!! Não sabia que o hotel tinha sido assim tão caquético!!!
No mais, seu texto é LINDO!!!! Nosso piu-piu!
Um beijo, sempre com carinho
Renata

Rosi disse...

Escrevi algo, mas sumiu, vou tentar de novo .. sobre o buraco do quarto x banheiro, penso que ele está ali para facilitar o colóquio entre o casal hospedado ou entre colegas que compartilham o mesmo quarto, ou ainda, para que o hóspede vigie seus pertences enquanto usa o banheiro, já que estamos vivendo uma época de cuidados, ou, um alerta para que não se "fie" em site de hotéis.kakakakaka Você é tudo! Beijos, Tiadinha